segunda-feira, 29 de outubro de 2012
NÃO QUERO!
Não quero
Lágrimas a escorrer
Na tua face,
Nem desenhos
De rugas
Que não tens!
Não quero
Que o sorriso
Vá embora,
O sentimento
Necessite de disfarce,
A ternura desapareça
Sem aviso.
O amôr
Se transforme
Num impasse,
Porque no fundo,
A vida
Dura menos
Que uma hora
E a dôr,
Vai sobrando
Neste mundo!
domingo, 28 de outubro de 2012
MIRAGEM!
Afasto-me
Do monte
E da fraga amiga,
Como folha caduca
Do velho carvalho
Em Outono triste,
Ao sabor do vento,
Sem definir o destino,
De lágrima no olho
E alma ferida!
É tempo
Do adeus,
Da partida
Sem regresso,
Da saudade maluca,
Do momento
Pregresso!
Afasto-me
Do monte
E da fraga amiga,
Do leito do rio,
Da água da ponte,
Da estrela polar
E do meu horizonte!
Passam nuvens
Que arrastam o Sol,
Chega a noite,
Vem o frio,
Acaba a viagem
Na estrada da vida!
É hora de amar
E o resto é miragem!
domingo, 21 de outubro de 2012
VIAGEM PARA A GUERRA !
Há
Lenços brancos
No cais,
Que limpam
A lágrima sentida
E acenam devagar,
Na hora
Da despedida!
Parte o barco
Para um mar
De choro,angústia,
Lágrimas e ais!
Em terra
Fica o amor,
No horizonte
Mora a guerra,
Os tiros,
Morteiros,
As minas,
Os canhões,
Sangue e dôr!
Regressam
Os meio vivos,
Da guerra
Que não queriam
E lhes matou
Os amigos!
Cansados,tristes,
Deprimidos,
Para quem a vida
Vai ser treva,
Com insónia garantida
E de manhã,
Serão esquecidos!
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
MORREU O POETA !
Morreu
O poeta,
Mas resiste
O poema,
A rima imortal,
A ideia,
O lema
E a verdade
Da poesia!
Morreu
O poeta,
Cumpriu a sina,
Fica o soneto
Do amor
Sem maldade!
Restam
Os livros,
O papel,
A caneta
E a janela
Aberta,
Por onde sai dor
E entra maresia!
domingo, 14 de outubro de 2012
PAPAGAIO!
Lancei
Um papagaio,
Nos céus
Do meu Paìs!
Subiu lesto
Até ás nuvens,
Aproveitando
Os bons ventos,
Olhou para baixo,
Disse adeus
E sentiu-se infeliz.
Ao ouvir lamentos
De um povo
Que sofre,
Sem esperança,
Sem objectivos,
Vegetando
E já com fome,
Á espera
Que acabe a dança
E a música
De alguns partidos!
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
MENDIGO !
Mãos negras,
Calejadas,
Rugas profundas,
Dedos feridos,
Unhas partidas
E um naco de pão!
Destino marcado
Nas linhas da mão,
Apelo adocicado,
Mensagem de amor,
Seguramente,
Já não sente dor!
E eu?
Porque fico parado?!!!
OS CINCO SENTIDOS !
Estou
Melhor
Que nunca!
Sentidos apurados,
Só vejo
O que quero,
Ouço
Dos dois lados,
Percebo a qualidade,
O cheiro
Está normal,
Gosto da verdade
E a politica
Cheira mal!
Mantenho funções
Como sempre desejei!
Sonhos,ilusões,
Duvidas,certezas,
Desejos,orações,
Filosofias, fraquezas
E os segredos
Do amor,
Nos anos do Rei!
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
CRISE !
Olhos verdes
Que sorriem
E iluminam
A tristeza
Que se sente,
Sorriso terno
Que não mente,
Mas disfarça
Destino negro,
Rumo á pobreza
Que se adivinha,
Mas teima
Em ficar escondida!
Dignidade
Que não se vende,
Verdade
Que se defende,
Esperança
Que não morre,
Frágil alicerce
De uma vida!
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
VIAGEM SEM REGRESSO!
Sinto
Que a vida
Me foge,
Entre os dedos
Entrelaçados,
Num Outono
Quase Inverno,
Mais passado
Que futuro,
Presente envenenado,
Pela certeza
Da partida
E de um fim
Que é prematuro!
Saudade
Do nosso segredo,
Viagem
Que é degredo,
Desejo
Sempre adiado!
Parte a alma,
Mas fica a obra
No alto do meu monte,
Onde o amor sobra,
Resta tempo
Para te dar um beijo
E a noite ´
É sempre mais calma!
terça-feira, 9 de outubro de 2012
VELHO CARVALHO!
Cai
A meus pés,
A folha caduca
Do velho carvalho!
Fim de vida
De uma tarde
De Outono,
De céu azul
E sol amarelado!
Não tarda
Que a noite caia,
Venha o orvalho
E a dança maluca
Das folhas
Que morrem
A meio do sono,
Dos ramos
Que esgrimem o vento!
Morre lentamente
O velho amigo,
À luz da Lua,
Cheio de orvalho
Num triste lamento!
Amanhã
Volta a nascer o dia,
Mas o mundo
Perde encanto,
A vida recua
E eu perco o abrigo!
LIBERDADE!
Sou
Ave
Ao sabor do vento,
No meio
Da tempestade,
Lutando
Contra a corrente
À espera
Que chegue
O momento,
De saudar
A liberdade
E perceber
Finalmente,
Que vale a pena lutar!
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
CONTO DE FADAS!
Há
Poesia no ar!
Sonetos,
Poemas de amor,
Rimas soltas,
Hino á liberdade,
Mágoas cantadas
Em noite
De luar,
Choro,
Tristeza e dôr,
Lágrimas salgadas,
Risos,
Loucuras,
Sorrisos,
Frases douradas
Em página pura,
De ideias cansadas,
Tratado de ternura,
Nas trovas perdidas
De um conto de fadas!
MAR MARCIANO!
Encontrei
O mar revolto,
Abrindo
Sulcos na areia,
Rouco,
A espumar
De raiva,
Sem dó,
Sem piedade,
A tentar
Reduzir a pó,
A essência
Da verdade,
Em exibição
De força
E suprema
Carência de arte!
Quadro
Pintado a água,
Em que a fúria
Era o lema
E as cores
Vinham de Marte!
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