Resta
Uma lágrima furtiva,
Límpida e altiva,
Que tentou limpar
Um passado doloroso,
Numa fase da vida
Do pobre ser humano,
Agora reduzido a zero,
Sobrevivendo sem motivo,
Sem amor, sem sorte,
Sem abrigo,
Esperando paciente,
O encontro com a morte!
Resta
Uma lágrima furtiva,
Límpida e altiva,
Que tentou limpar
Um passado doloroso,
Numa fase da vida
Do pobre ser humano,
Agora reduzido a zero,
Sobrevivendo sem motivo,
Sem amor, sem sorte,
Sem abrigo,
Esperando paciente,
O encontro com a morte!
Sopram ventos,
Que recordam os tempos,
Quase apagados
Na memória recente!
Nas folhas castanhas,
Caem chuvadas,
Que me lavam a alma
E misturam saudade
Com sentimentos antigos,
Diluídos no pó,
Que a tempestade
Espalha nos cantos perdidos,
Do reino da idade!
É o Inverno da vida,
Que me define o destino
E me faz sentir só!
Correm lágrimas,
Nas vidraças das janelas
Do meu quarto,
Talvez enviadas
Por alguém que está no Céu!
Não consigo deixar
De olhar para elas,
Pedindo-lhes
Que me lavem a saudade
Que me põe louco,
De quem ainda não morreu
E está vivo num passado,
Que continua a ser presente!