sábado, 30 de abril de 2011

PARA TI !

Deixa que os meus dedos
Percorram os teus lábios sensuais,
Descubram cascatas escondidas,
Fotografem os teus segredos
E toquem a pele de veludo,
Em sensação crescente,
De rodopio profundo,
Sem mêdos,sem gritos nem ais!
Vivência de horas perdidas
Á beira do cais de embarque,
Naquele mar de ternura!
Azimute de quem parte,
Na esperança, quase certeza,
Do direito ao nosso mundo!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

PAPOILA ENCARNADA

Nasceu uma papoila encarnada,
Á beira da estrada da vida!
Baloiça ao sabor do vento,
Beija o solo que a sustenta,
Sorri feliz,sorri mimada,
Dança louca o dia inteiro,
Até se ouvir o lamento,
De uma morte anunciada!
Morre o sorriso primeiro,
Morre depois a luz do dia,
Cai letal,a noite escura
E a papoila que sorria,
Está exausta,moribunda,
Deixou de ser encarnada,
Vai dizendo adeus á vida,
Está pobre a beira da estrada!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

RUMO

Sei que não sou,
Quem gostaria de ter sido
Mas também não fui
Por onde alguns,poucos,
Pensavam que tivesse ido!
É tarde demais,
Para mudar o imutável
E ainda cedo,
Para me sentir perdido
Num mundo de loucos,
Sem regras,sem moral
E sem rumo,
Refúgio de medo,
Da ameaça velada
Que paira no ar,
Díluida no fumo das trevas,
Prenúncio de juízo final!
Que os demónios se fundam
E os santos me ajudem!
Quero resistir,viver e amar...

quarta-feira, 20 de abril de 2011

POLÍTICA E APELIDOS!

Na verdade,nem sempre os apelidos ajudam muito quem se mete na vida política,quem tenta marcar terreno na conjuntura social e até mesmo os que se pelam para estar calmamente no seu canto!No meu caso,o que herdei,não é comum,induzindo muito boa gente que me conhece,a tentar perceber se sou mais calmo ou mais agitado,se fui sempre assim,se quero continuar a justificar o apelido e sei lá que mais!A situação torna-se frequentemente incómoda,por repetitiva e perfeitamente dispensável,na sua notável futilidade.No entanto,há certamente outras pessoas em piores condições,com interferência directa ou indirecta,nas aspirações sociais e políticas,muitas vezes camufladas durante anos e repentinamente consideradas naturais,justas e desejáveis!Cito como exemplo paradigmático,o DR Passos Coelho,que como presidente do maior partido da oposição, democráticamente eleito pelos seus pares, parece em estágio para outros vôos,que lhe permitirão distribuir com toda a justiça, equidade e em função apenas do mérito dos candidatos,as cadeiras do poder,a curto prazo libertas dos governantes amuados,moribundos e injustiçados, pelo conluio de deputados que os abateu sem dó nem piedade!Mas os PASSOS que até agora deu,são titubeantes,inseguros e não poucas vezes irresponsáveis,aumentando o caos, a confusão e até as duvidas em relação ao que nos espera,numa manifestação de «imaturidade convencida»,confrangedora e altamente preocupante!Senão vejamos: De manhã afirma-se aos quatro ventos que é inevitável subir o IVA,para durante a tarde se dourar a pílula, porque não foi bem isso que sua excelência quiz dizer!Á noite,para dormir melhor,ficamos a saber que é essencial congelar e até penalizar todas as pensões iguais ou superiores a dois mil e quinhentos euros!De madrugada garante-se a pés juntos que a medida exemplar,apenas irá abranger os «energúmenos» que agora iniciam a sua vida profissional e naturalmente os seus descontos!É fundamental e da mais elementar justiça,estabelecer uma plataforma máxima de descontos,mas duas horas depois,descansem os espíritos e desiludam-se os mais ingénuos,porque afinal não será bem assim.Publicita-se orgulhosamente que um ex-candidato á Presidência da República ,aceitou humildemente e contrariando frontalmente a sua imaculada e apregoada indepêndencia partidária,ser cabeça de cartaz na capital do reino e como tal garantir a alternativa estimulante da Presidência da Assembleia da República!Pouco tempo depois em função das reacções generalizadas de repúdio,inveja e ciúme que choveram de todos os quadrantes políticos,temperadas pelas declarações tão genuínas quanto inoportunas do candidato,fez-se saber da intenção inequivoca de afinar vozes e acertar agulhas!Chumbou-se o famigerado PecIV,porque as medidas previstas eram altamente penalizantes para o «Bom Povo Português»,mas imediatamente a seguir,para consumo e descanso dos irmãos europeus,afirma-se despudoradamente,que o chumbo se devia á insuficiência das mesmas!Aceitam-se coligações para fortalecer o futuro governo que as eleições de Junho irão parir,com a ajuda indispensável do Senhor Presidente,mas vetam-se á partida os representantes naturais,dos partidos da oposição!Estes são alguns dos PASSOS que o potencial candidato e pretenso futuro primeiro-ministro tem dado e que sinceramente me deixam perplexo e tremendamente apreensivo.Será que depois de um governo acusado de falhar redondamente e que não terá sido exemplar em termos de verdade e transparência,vamos ter que suportar a inexperiência e a insegurança,condimentadas por uma verborreia de ocasião, sem conteúdo ou objectivo?Será esta a aposta certa para fazer face á grave situação com que todos nos debatemos?Honestamente tenho sérias dúvidas e receio bem que da cartola,em vez de sair o tradicional COELHO,possa sair o gato escondido que tanto preocupa o candidato!Mais do que isso é bem provável que os fantasmas que em catadupa irão sair dos armários, possam ser dos nossos avós,fartos de brincadeiras de mau gosto,atitudes irracionais e lamentáveis oportunismos!Se assim vier a acontecer,para além de todas as medidas a implementar e atitudes a assumir,tragam por favor,uma boa dose de bom-senso,essencial na recuperação que todos desejamos!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

ELITISMO

Nascemos ,vivemos e pertencemos a um País com séculos de história,pequeno e com parcos recursos rentáveis,que se virou para o turismo e oportunismo,ao perder o velho Império Colonial,abandonando as actividades tradicionais da pesca e agricultura,a favor e por imposição dos nossos «irmãos europeus»!Tudo isto negociado e repartido por um grupo de políticos,empresários,banqueiros e alguns bancários,em alternância sistemática de poder e protagonismo,num elitismo herméticamente fechado,alimentado pela imprensa mais ou menos especializada,quase toda apoiada,fomentada e até financiada por esses personagens.Na verdade ,nos espaços cada vez mais reduzidos,entre telenovelas, ou desafios de futebol,aparecem ciclicamente as entrevistas ou mesas redondas,sempre com os mesmos figurantes,os comentários e leituras políticas,invariávelmente com os mesmos políticos,os económicos com ancestrais economistas e os sociais com os colonáveis das revistas!E o pior de tudo isto,é que nos habituaram a assistir impávidos e serenos,acomodados e quase hipnotizados,á repetição sistemática e enfadonha dos mesmos argumentos falaciosos,dos mesmos pontos de vista,das mesmas guerras de comadres,na indução conveniente,necessária e suficiente,da situação mais cómoda e rentável,aos detentores da verdade,da razão política e do poder económico!Somos dez milhões de Portugueses,numa Comunidade Europeia,que nos obriga a ter os mesmos deveres que os parceiros mais abonados e se está nas tintas,para os direitos que nos deviam assistir e que cada vez se afastam mais de nós!Tudo isto perante a passividade e cumplicidade dos grupos políticos a quem a maioria dos nossos eurodeputados juram fidelidade e prestam vassalagem!É a teoria do políticamente correcto,numa atitude de conivência intolerável e de desprezo absoluto pelo Zé Povinho!Assim,seguramente,não vai dar...

13 de ABRIL

Sei que andas por aí, Calma,atenta e vigilante, Á boleia de um vôo de andorinha, Rasando o beiral do meu telhado! Adivinho o ar sorridente, Sinto o olhar preocupado, Recordo triste e saudoso, O teu conselho amigo, O teu percurso penoso, No mar de tempo perdido! E ao reviver o passado, No maldito tempo presente, Tento passar ao lado De um sentimento vivido, Nobre,pleno e latente, Mais paixão, do que pecado!

domingo, 10 de abril de 2011

O BURACO DE OZONO

Confesso a minha pouca apetência,competência e paciência,para entender,dissecar e aceitar,alguns buracos com que lidamos diáriamente,rotinados no desprezo pelas mais elementares regras de segurança e alheados dos direitos que nos assistem,enquanto cidadãos e contribuintes!Refiro-me por exemplo aos buracos com que somos brindados permanentemente nas ruas e passeios de Lisboa,nas estradas secundárias e até nas vias rápidas.Para além dos naturais estragos e desgaste prematuro de pneus,suspensões e coluna dos condutores,constituem seguramente um risco acrescido e desnecessário,na origem garantida de alguns acidentes. Não são de menospresar os buracos nos orçamentos e planos estratégicos,dos governos que nos fingem governar,as constantes derrapagens no custo das obras públicas e principalmente o enorme buraco para onde fomos arrastados progressiva e alegremente,sem ser ouvidos,graças á famosa crise que teima em nos acompanhar,em permanência tão desagradável quanto penalizante!Vem tudo isto a propósito de um artigo publicado numa revista,chamando a atenção para a perigosa influência, que a reconhecida flatulência das nossas amigas e pachorrentas vacas,tem no descalabro do buraco do ozono!Aí sim, é caso para ficarmos todos deveras preocupados!Preocupados com o aumento incontrolado e incontrolável do tal buraco, preocupados não só por termos finalmente percebido o elevado grau de aerocolia dos simpáticos herbívoros,mas também com a dificuldade que se adivinha em encontrar uma terapêutica radical para esse tipo de patologia e como tal a suspeita de uma continuidade deveras aflitiva,na expulsão descuidada de gases ozónicos e seus derivados!Se por um lado ,as vacas têm democráticamente,todo o direito de libertar para a estratosfera os componentes mais aéreos,resultantes da ingestão exagerada e apressada do alimento que conseguem nos verdes lamareiros,a verdade é que ao pôr em causa a saúde do bicho- homem,perdem imediatamente todos os direitos adquiridos nos anos em que se desconhecia o tal buraco e a libertaçao gasosa era totalmente livre, em função das necessidades de cada animal!Apesar de desde sempre,os simpáticos animais terem assumido sem complexos e libertinamente essa atitude socialmente tão criticável,a verdade é que é de temer que a bem da razão cientifica especializada na produção,libertação e provávelmente condensação gasosa em altitude,haja mentes iluminadas aconselhando acabar com a espécie,se eventualmente não se conseguirem quantidades enormes de carvão vegetal,ou Aero-om ás litradas, que de algum modo possam contrariar tão nefasta atitude!Para que não restem dúvidas afirmo desde já que não terão em qualquer caso o meu aval!Na realidade para além de perdermos o ensejo de saborear os magnifícos bifes do lombo,teríamos necessidade de passar a beber leite de cabra ou de burra,caso fosse possível comprovar inequivocamente que estas espécies não seriam tão flatulentas e poluentes gasosas,assumindo uma atitude socialmente mais suportável!Além de tudo a sua eliminação fisíca seria tremendamente injusta,já que feitas bem as contas,apesar do seu porte fisíco imponente,são em número muito inferior aos seres humanos,tambem eles tradicional e genéticamente atreitos a flatulências várias e a descuidos criticáveis,quase sempre de difícil controle,com a consequente impregnação da atmosfera polar,pouco aconselhável em termos ozónicos!Resta-nos assim,melhorar a protecção contra os raios solares,suportar desportivamente eventuais alterações climatéricas e deixar em paz os bovinos por mais flatulentos que possam ser,

quarta-feira, 6 de abril de 2011

CRISE

Qualquer coisa corre muito mal,não no Reino da Dinamarca,mas no nosso Reino que tanto trabalho deu a D. Afonso Henriques,Dona Urraca,Dona Teresa e tantos outros antepassados,de quem deveríamos ter herdado a fibra,a determinação e a persistência! Na verdade,assistimos nos ultimos meses e principalmente nas duas ultimas semanas,a um crescendo de desorientação total,com um Governo a insistir em soluções perfeitamente estafadas,a oposição a criar um acréscimo de dificuldades e de descredibilização do Paìs,com o Presidente mumificado no alto do seu terraço de Belém,a fazer de conta que a guerra não é dele,apesar de ter sido o primeiro a puxar hábilmente o gatilho, no reduzido espaço de manobra a que fez referência! Não sou político,mas tambem não sou burro!Para político falta-me um estômago mais resistente,que consiga digerir sapos vivos e simultâneamente seja capaz de evitar a náusea,que o oportunismo,a desonestidade intelectual, a amoralidade e a pouca vergonha, ainda me vão desencadeando. Seria burro,se reduzisse a gravidade da crise actual,a uma eventual falta de palha nos tempos mais próximos!E isso, lógicamente,eu não posso,nem devo fazer... Resta-me tentar perceber,porque razão a minha pensão de reforma emagrece sistemáticamente, a bem de uma pretensa consolidação social ,enquanto outras engordam desmesuradamente,sem o mínimo pudor e mais grave do que isso,inseridas numa conjuntura considerada justa,perfeitamente normal e como tal intocável! Resta-me tentar perceber,poque é que sou taxado,sem dó nem piedade,na gasolina,no Iva,nos medicamentos,nos bens de primeira necessidade,na saúde,na assistência social e em tudo que me seria devido,ao fim de uma vida de trabalho e já agora de descontos brutais, diluidos e dirigidos para a necessidade permente que os senhores governantes têm, de se deslocar em automóveis de luxo,viajar em primeirissima classe e receber salutares ajudas de custo! Resta-me tentar perceber,poque que é que os bancos,os seus donos e quejandos,não podem ser mais tributados,em função dos lucros fabulosos que fazem questão de apregoar aos sete ventos,numa defaçatez totalmente imoral, que passa ao lado da pobreza extrema, cada vez mais institucionalizada. Finalmente,gostaria de entender porque é que ainda não virei burro,em função de toda esta ignorância,ou ainda não sou político,para poder salvaguardar num futuro próximo,uns fardos de palha,a distribuir, com conta,peso e medida aos burros,que para todos os efeitos,são «ESPÉCIE PROTEGIDA»neste pobre País!

domingo, 3 de abril de 2011

MÃE

Quero ficar sentado, Só mais uma vez No teu colo quente, Sentir o veludo dos teus dedos Em cafuné saudoso, No caracól de cabelos, Adormecer calmo,sem medos, Acordar no teu olhar inteligente, Beber a ternura dos teus gestos, Caminhar no mundo Que é só nosso! Quero ouvir ainda Os teus conselhos E cravar a minha âncora, Bem no fundo Do mar de saudade,já infinda! Só mais um desejo, Que é ordem também: Onde quer que estejas Apanha a primeira nuvem E vem depressa, MÃE!