OVOS E GALINHAS!

                  Tanto quanto sei,vai sair ou já saiu,uma norma da UE,alterando a legislação referente ás condições de vida das galinhas poedeiras,obrigando os aviários a terem uma área substancial de terreno reservada,para que o acto da postura do ovo tenha um mínimo de dignidade,permitindo ao mesmo tempo que a galinhas se espojem e esgravatem até que as patas lhes doam!Desiluda-se quem até agora contava com o ovo num sítio menos próptio da galinha,pois os tempos mudaram e as leis dos galináceos têm que ser revogadas e melhoradas periódicamente,para se justificarem os chorudos ordenados dos comissários europeus especializados na postura do ovo!Fui o primeiro a ficar impressionado com as condições em que milhares de frangos e galinhas tinham,quando visitei um aviário e como tal até entendo que se pense melhorar essa situação.No entanto,já não me parece muito coreal,que a ordem seja dada nesta altura de crise,pondo em risco centenas de postos de trabalho e alguns milhões de ovos,já que os donos dos aviários não têm dinheiro para as obras que agora lhes são exigidas!Parece-me que as galinhas especializadas em postura sequencial,poderiam esperar mais algum tempo,para que o dinheiro das obras pudesse reverter para pagar aos empregados,evitando mais desemprego!Caso contrário poderemos cair na situação ridicula de despedir seres humanos,para garantir por exemplo que haja uma assistente sanitária para cada dez galinhas,prestando-lhes assistência no nobre acto da expulsão do ovo,lavando,vigiando e desinfectando convenientemente o trajecto dos ovos e nos casos de incompatibilidade ovo-cloaca,ajudar o parto com forceps adaptados ou até e sempre que necessário, com uma cloacotomia salvadora!A cesariana só em último caso e a epidural apenas para galinhas amaricadas!Por favor senhores deputados e comissários europeus do fôro das capoeiras e aviários,por muito que sintam necessidade de produzir leis e normas,para justificar os vossos lugares pagos por todos nós,não ponham em risco os míseros tostões que os funcionários dos aviários auferem mensalmente!Se a vossa produção legislativa baixar,também não vos fica nada mal baixar os vossos salários,sobe pena de aumentar o desemprego,na razão directa da estupidez das medidas que despudoradamente vão parindo,tentando imitar a postura do ovo!Se as galinhas forem desaparecendo, a crise vai estender-se aos ovos e aí os vossos lugares também estarão em perigo e o mistério que há muito ocupa o vosso tempo,de saber quem primeiro veio a este mundo,se o ovo ou a galinha,jamais será descodificado!Sinceramente estou profundamente cansado de tanta asneira e decisões no mínimo ridiculas!Á cautela vou matar a fome e tentar recuperar energias, com uma boa gemada ou um ovo estrelado,antes que seja tarde!

ORIGENS!

                            A origem está aqui,
                            Onde se conjuga
                            O verbo amar
                            No presente do indicativo,
                            De manhã,á tarde,
                            Ou em noites de luar!
                            Aqui mora a essência
                            Da génese da minha vida,
                            Num puzzle perfeito,
                            Sem folga nem peça a sobrar!
                            No velho casarão arruinado
                            Com telhas e vidros partidos,
                            Vai entrando um sol dourado,
                             De um Setembro
                             Em que as folhas duram mais
                             E perduram jardins floridos!
                             Sobe a coluna de fumo,
                             Que mancha de branco,
                             O azul muito claro
                             Do céu arredondado
                             E faz alguns caracóis,
                             No cabelo esbranquiçado
                             De uma nuvem passageira!
                             Subo ao alto do monte,
                             Onde existe uma fonte
                             De água que sabe a jasmim
                             E não pára de correr!
                             É a minha fonte de vida,
                             Negando o principio do fim,
                             Para não me deixar morrer!
                            

DESEJOS!

                         Ao chegar a este mundo,
                         Gritei a plenos pulmões
                         Três desejos essenciais,
                          Que no fundo,
                          Nada tinham de especial!
                          Um mundo sem ilusões,
                          Todos com direitos iguais
                          E o amôr proclamado Rei!
                          O tempo correu depressa,
                           O grito foi esquecido
                           E por mal dos meus pecados,
                           Nada passou de promessa,
                           Tudo ficou como era!
                           Estamos todos mais escravos
                           De um futuro já esgotado,
                           Num mundo falso,sem lei
                           E que há muito está falido!

LIBERDADE!

                     Acordem,
                     A ninfa,a sereia,
                     A tágide e a musa adormecidas,
                     Que há uma tempestade de areia,
                     Na praia do deserto da vida,
                     Onde o mar se esperguiça
                     Num ritual muito lento,
                     Cada vez mais indolente!
                     Há uma mensagem que vôa,
                     Escondida nas asas do vento,
                     Que vem alertar toda a gente,
                     Para a hora da verdade
                     E de todo o mundo acordar,
                     Cantando num hino á vida,
                     O poema da liberdade!

POEMA DA DESPEDIDA!

                            Foi no poema da vida,
                            Que gravei a palavra Mãe,
                            Num gesto comovido
                            E homenagem sentida,
                            A quem devo, ter nascido
                            E ser amado também!
                            Gravei ainda a saudade
                            Em letras grandes,douradas,
                            Para durar toda a vida
                            No poema que trago comigo,
                            Escrito ao pé das escadas
                            Que te levaram ao céu,
                            Na hora da despedida,
                            No minuto da verdade,
                            Em que me senti afogar,
                            No desgosto intolerável
                            Que ainda não morreu!
                           
                           

REFLEXOS NO LAGO!

              A tua imagem reflectida
              Na água calma do lago,
              É pedrada no charco
              Da rotina da vida,
              É rasto de barco á deriva
              Rasgando o ventre ao mar,
              É água fresca de nascente
              Que mata qualquer sêde
              E se bebe de um só trago!
              Há segredo em movimento
              Nas águas calmas do lago,
              Onde o amor está presente
              Numa imagem invertida,
              Que dura um curto momento,
              Para morrer de seguida
              Como o peixe morre na rede!

DAR DE COMER A QUEM TEM FOME,DE BEBER A QUEM TEM SEDE E DEVOLVER O BOM-SENSO A QUEM O PERDEU!

             O nosso Presidente não pára de nos surpreender!Agora resolveu contabilizar em directo,a sua miserável reforma,depois de nos ter também elucidado há uns tempos,sobre a reforma da nossa Primeira Dama!Casados há 48 anos,todos eles dedicados ás economias que agora se vê obrigado a esbanjar com a Presidência de todos nós,já que abdicou dos honorários que lhe eram devidos pelo cargo que desempenha.Fez referência a uma das pensões que recebe,apesar de tudo muito superior á média nacional,mas esqueceu as outras, ou pelo menos ainda não sabe quanto vai receber,para somar a esta e á da mulher!  Quer dizer,apesar de não fazer ideia do que o espera em termos de reformas,o ilustre professor de economia,abdicou do ordenado da Presidência,para as poder receber,o que quererá dizer que o somatório das mesmas,será necessáriamente superior aos cerca de seis mil euros que lhe eram devidos,ou então a lógica é uma trampa!Esqueceu também as ajudas de custo e subsídios de representação a que tem direito,pagos por todos nós,bem reformados ou não e que atingem montantes muito elevados!Deve ter esquecido ainda as despesas de milhões que lhe são atribuidas,nas jantaradas que oferece, das viagens que faz na companhia de alguns eleitos e dos cuidados profilácticos de que sempre se rodeia!Não faço a menor ideia a que despesas se refere o sr Presidente e que tanto desgastam as economias do casal!Apenas lhe gostaria de aconselhar,o que o senhor quase todos os dias prega aos seus presididos:ESTÁ NA HORA DE POUPAR!Poupar os euros e principalmente poupar aos portugueses,os disparates que cada vez mais frequentemente lhes entende debitar,com o ar bacoco a que também já vamos estando habituados!Não lhe fica nada bem como homem e muito menos como Presidente,brincar com a desgraça alheia!Será que ainda não entendeu isso,ou que os seus conselheiros não lho fizeram ver?Talvez seja altura de prescindir do seu assessor de imagem,pois com esse gesto iria poupar uns milhares de euros mensais e quem sabe,talvez ficasse melhor na fotografia! Basta de demagogia miserabilista,sr Presidente e já agora não compare as suas hipotéticas e patéticas dificuldades,com as reais dificuldades das pessoas deste País,algumas das quais ingénuamente votaram em si,não para que olhasse para o seu umbigo,mas para que tentasse de algum modo minorar a miséria onde muitos deles vieram a cair!

ROSA ENJEITADA!

                                 Pronta a entregar o corpo,
                                 Quase vendias a alma,
                                 Como desprezavas a vida,
                                 Ou desdenhavas da morte
                                 Em troca de um sorriso,
                                 De uma palavra amiga,
                                 Ou da rosa mal aberta!
                                 Estavas sempre calma,
                                 Forte,segura e decidida,
                                 Senhora da tua sorte,
                                 Ciente de uma vida perdida!
                                 Um dia fechaste a janela
                                 De um quarto pequeno,
                                 Mas arejado e limpo,
                                 Que escureceu de repente!
                                 Restou um raio dourado,
                                 Que decidiu estar presente
                                 Testemunhando a partida,
                                  Já há muito anunciada,
                                 Para o cume do Olimpo!
                                 Tinhas desistido da vida,
                                 Do sorriso,da palavra
                                 E dos amores do passado,
                                 Quando alguém te recordou,
                                 Que eras uma rosa enjeitada!

GUERRAS!

                         Pedia a paz,
                         De filho nos braços,
                         Soluçando de dôr,
                         Ele moribundo
                         E ela esfomeada,
                         A espremer a mama
                         Sem leite,esgotada,
                         Num filme de horror,
                         Onde morriam os laços
                         Que a iam mantendo,
                         Cidadã deste mundo!
                         A paz não chegou,
                         Por ordem duns senhores,
                         Que em grandes jantaradas,
                         Com retrato de família,
                         Troca cínica de abraços,
                         Discursos,vãs promessas
                         E reuniões viciadas,
                         Só pensam na banca!
                         Nesse dia triste,
                         O Sol não nasceu
                         E o tempo parou,
                         Para deixar passar
                         Uma pomba branca,
                         Que só ela pôde ver,
                         Quando o filho morreu!

PUREZA DE SENTIMENTOS!

                Éramos dois adolescentes,
                Na ilha do Paraíso,
                Discípulos de Platão!
                Tu passavas e sorrias,
                Eu sorria e acenava,
                Tudo com muito juízo,
                Em estranha cena de amôr
                Que o mar alimentava!
                Felizes,mão na mão,
                Olhos fixos nos olhos,
                A sentir o que sentias,
                Até que um dia parti
                E tu ficaste na ilha ,
                Sem teres alternativa!
                Desde o dia da partida,
                Tudo o que era perto
                Entrou no trilho de escolhos,
                Daquele maldito deserto!
                O que era presença
                Quase virou indiferença
                E a distância matou o sonho!
                Ficou depois a saudade,
                Diluída no tempo
                E nos cristais de sal,
                Daquele mar azul,
                Onde morreu a verdade
                E um sentimento puro,
                Levado á força pelo vento!

A SORTE QUE NÃO MUDOU!

                                            Fiz uma cova na areia,
                                            Da minha praia privada,
                                            Á espera de encontrar água,
                                            Da côr da água do mar!
                                            Cavei horas,  bem fundo,
                                            A água não apareceu,
                                            Mas encontrei uma sereia
                                            Que dormia descansada,
                                            Á espera que viesse o luar
                                            Iluminar este mundo
                                            E a vida desgraçada,
                                            De quem sente a mágoa
                                            Da sorte que Deus lhe deu!
                                            Só que o luar borregou
                                            Como era habitual
                                            E a pobre já esperava!
                                            A cova ficou na areia,
                                            A sereia não quiz cantar,
                                            E nem a sorte mudou!

                                           

TEIA DE ARANHA,VIRTUAL !

                              Conheço-te,
                              Sem saber quem és,
                              Donde vieste,
                              Para onde vais,
                              Se és linda
                              Ou muito feia,
                              Nova ainda,
                              Ou muito velha,
                              Se andas em bicos de pés,
                              Ou tens outros rituais!
                              Mas a surpresa maior,
                              É sentir que também vês,
                              Aquilo que sempre vi
                              No mundo que nos enleia,
                              Numa lava de ternura
                              Ou num frio mais agreste!
                              São sonhos e devaneios,
                              Desejos,promessas,pedidos,
                              Pureza de sentimentos
                              De momentos já vividos
                              E algumas coisas mais,
                              Em poemas de loucura!
                              Andamos ás voltas,perdidos,
                              Como aranhas antigas,
                              A querer tecer a teia,
                              Só com fios virtuais!
                             
                            

SAUDADE LOUCA !

 



                                 A neve cai em flocos
                                 Desde manhã sem parar,
                                 No campo da minha memória,
                                 Na rua do meu destino,
                                 Branca,leve e fria,
                                 Empurrada pelo vento
                                 Que não pára de tocar
                                 Uma bela sinfonia,
                                 No palco da minha história!
                                 Ficam brancos os pinheiros,
                                 Gela o lago  gela o rio,
                                 Só resiste o pensamento!
                                 As aves perdem o pio,
                                 A águia descansa no ninho
                                 No cimo do monte branco,
                                 Onde chega o lamento
                                 De alguém que está sózinho,
                                 Mas ainda não morreu!
                                 Quero ficar no meu canto,
                                 No meio da tempestade,
                                 Mesmo que morra gelado,
                                 Como o velho eremita
                                 Que um dia enlouqueceu,
                                 Quando procurou o passado
                                 E só encontrou a saudade!

POEMA DA VERDADE !

                            Sigo as tuas pisadas,
                            Vou atrás do teu perfume
                             E consigo ver um espelho,
                             Na menina dos teus olhos,
                             Que reflecte o desejo
                             De viver um grande amôr!
                             Adoro as tuas risadas,
                             Quando aperto o decote
                             Da tua blusa de folhos,
                             Ou quando sinto ciúme
                             E mais pareço um fedelho,
                             Se alguém te dá um beijo!
                             É pura a realidade,
                             De um amôr de juventude
                             Que se esgota nas palavras,
                              Nos gestos,nos sonhos,
                              No respeito,na virtude
                              E no poema da verdade!

A ILHA ONDE DEUS VIVEU!

                                  Há uma ilha verde,
                                  Onde as ondas são meigas,
                                  A calêma mais atrevida
                                  E cheira sempre a maresia,
                                  Passageira preferida
                                  De uma brisa tropical!
                                  Há música e dança quente
                                  No fundão da heresia,
                                  Batuque e «tchilo-li»
                                  Que divertem toda a gente,
                                  Até á nota final!
                                  Há amor,reina a paixão,
                                  A morna canta a saudade
                                  Doutra ilha menos verde,
                                  Também bonita de verdade!
                                  Sintoniza-se corpo e alma,
                                  Dá-se vida á ilusão
                                  E afoga-se a maldade,
                                  A beber vinho de palma!
                                  Quando o sol aparece
                                  Parido no horizonte,
                                  Tudo acaba por encanto
                                  E respeito ao novo dia!
                                  Lavam-se os olhos na praia,
                                  Põe-se a canôa no mar,
                                  Atiram-se as redes á água
                                  E deixamo-nos embalar,
                                  Cobertos pelo leve manto,
                                  De uma nuvem passageira!
                                  Foi naquela ilha perdida,
                                  Que Deus viveu algum tempo
                                  E ordenou um estilo de vida,
                                  Sem fome,sem guerra,sem mágoa!

SÍNTESE DA POLÍTICA NACIONAL!

                                    É mentira,
                                    Não há fome,
                                    Não há pobreza,
                                    Todos têm emprego
                                    E a malta não está tesa!
                                    Neste País tudo come!
                                    Na indústria,na política,
                                    No comércio e no turismo!
                                    Na T.V. há apagão,
                                    A taxa está lançada,
                                    É mais euro que some!
                                    A justiça está doente,
                                    A educação furibunda,
                                    A saúde desgraçada
                                    E a diálise proibida,
                                    Logo que faças setenta!
                                    Mas eu estou contente
                                    E feliz como ninguém,
                                    Nesta depressão profunda,
                                    Que todo o mundo comenta!
                                    É que já está a ser exportada,
                                    A receita ainda quente,
                                    Do rico pastel de Belém!
                                    A cultura que se dane,
                                    Ninguém se queixe da vida,
                                    Pois motor que entra em pane,
                                    Nem sempre é causa perdida!
                                   

A TRISTE REALIDADE!

                                             No silêncio da madrugada,
                                             Há uma voz que me avisa,
                                             Que o mundo está virado
                                             E a rodar ao contrário
                                             Do que tem sido descrito!
                                             A vergonha está perdida,
                                             O despudor instalado,
                                             O oportunismo mata,
                                              O roubo instituído,
                                              Uma desgraça de vida
                                              E um governo perdulário,
                                              Em que a última divisa
                                              É o velho pastel de nata!
                                          

PASTÉIS DE BELÉM!

                          A verdade é que tenho andado preocupado com a situação que todos vivemos e essencialmente com a sensação de que este Governo é incapaz de a resolver!Mas felizmente sem razão,já que depois de ouvir as declarações do Senhor Ministro da Economia,o Álvaro como gosta de ser tratado,em mais uma das centenas de conferências onde as pessoas gostam de se ouvir,perdendo tempo precioso que deveria ser melhor rentabilizado,fiquei estarrecido mas descansado!Estarrecido por perceber a oportunidade perdida de brilhar,se me tivesse ocorrido a ideia brilhante do Álvaro para ultrapassar a crise e dinamizar de uma vez por todas a economia nacional!Descansado porque ouvi,juro que ouvi,que o segredo do êxito está na internacionalização dos pastéis de nata,como já aconteceu com os frangos de churrasco agora consumidos aos milhares na África do Sul e na facilidade de pôr em execução a ideia inovadora!Basta abrir pastelarias nas capitais europeias e dos Países de expressão portuguesa,para as divisas começarem a entrar em catadupa e a equilibrar as contas públicas!E eu que até aqui associava o pastel de nata com a indolência e o pouco rendimento laboral,tenho que dar a mão á palmatória e contribuir para pôr o País na senda da recuperação económica,sugerindo que o Álvaro seja o primeiro a montar o negócio em Bruxelas, com convites especiais e pessoalizados ao pessoal amigo do F.M.I.e B.C.E.,ao francês e á alemâ de mão sapuda!Mas antes deve registar a patente,pois nunca se sabe quando é que esses galifões nos podem roubar a receita e deixar outra vez no apuro que tanto jeito lhes dá!Que a pastelaria se chame RECADOS DE BELÉM,em homenagem ao pastel de Belém,á cidade onde nasceu o Menino Jesus e ao bairro onde mora o Presidente!Aproveite-se o andamento,para internacionalizar os pastéis de Tentugal,as queijadas de Sintra,os ovos moles de Aveiro,o pão de ló de Ovar e já agora os pastéis de bacalhau da minha Avó,ou os que se comiam na tasca da Feira da Ladra!A ida do Álvaro para Bruxelas vai naturalmente obrigar á penosa demissão do cargo que agora desempenha,mas tudo se atenua quando se chega á conclusão de que só assim a economia defunta poderá ressuscitar!Se tudo resultar ,como se prevê,é da mais elementar justiça oferecer ao Álvaro, a administração de alguma empresa que tenha escapado á voragem!

DIÁLISE MENTAL!

              Chegou mais uma!A social-democrata,Manuela Ferreira Leite,entende que para além dos setenta anos,só quem pagar,leia-se quem tiver dinheiro,é que deve fazer diálise!Mais afirma, que um sistema de saúde bom e gratuito para toda a gente,vai-se degradando e deixa de funcionar para ricos e para pobres!Portanto ,para grandes males,grandes remédios!Deixem-se morrer todas as pessoas de mais de setenta anos,necessitadas de diálise e sem capacidade financeira para a pagar!Poupa-se na diálise e nas despesas da Segurança Social, com os reformados que serão assim cada vez menos e por menos anos!Os ricos continuarão a viver e sem problemas com as suas pensões milionárias!A senhora ex-ministra ,deputada e presidenta do P.S.D.,face ás criticas que choveram de todo o lado,afirmou ainda que« racicionar significa sempre alguma coisa que não é para todos»!Sra deputada ,ministra e presidenta do P.S.D.,vá pondo rápidamente de lado uns cobres,já que pelo seu aspecto e pelo seu raciocíniobrilhante, que não está ao alcance de todos,deve estar muito perto dos setenta anos e com necessidade urgente de fazer diálise cerebral!Tenho sérias dúvidas que mesmo assim,venha um dia a perceber,que o direito á vida e á saúde é universal e não reservado a quem nasceu em berço de ouro,de rabo virado para a Lua ou pior do que isso, conseguiu sabe-se lá como, enriquecer até aos setenta anos!

OS RIOS DE PORTUGAL!

                         As surpresas sucedem-se em ritmo diabólico e qual delas a melhor!Agora é a oferta de lugares de administração de várias empresas,aos amigos do poder instítuido.Portugal é um País de rios lindos em quase todo o seu território,com águas ainda pouco poluídas e que dão uma sensação de frescura e um toque de romantismo ,a quem deles se aproxima ou os percorre!Mas agora, com a fúria das nomeações em catadupa e antes que seja tarde,principalmente a do presidente da Câmara do Fundão, para administrador das Águas de Portugal,assiste-se a um facto no mínimo inédito e ridículo,já que este político consagrado que tem um litígio pendente com a referida Empresa,passa de um momento para o outro de devedor a administrador!Isto significa, que em vez de pagar o que deve,vai passar a receber o que não devia e a factura vai sobrar uma vez mais para nós!A impaciência, o desespêro,o impudor e a revolta consequente,são como as águas por natureza calmas dos rios,mas que em situações de mau tempo prolongado,transbordam e espalham o caos e a miséria nas regiões e populações afectadas!Este Governo encharca-nos diáriamente com águas poluídas e menos transparentes,que nos desencadeiam alergias graves e nos poluem a mente!A inundação começa a ter proporções assustadoras e nestes casos,devem ser activadas medidas de excecpção para salvar culturas ancestrais,devolvendo simultâneamente a transparência ás águas dos nossos rios,não sem que antes se aproveite a força e o volume da cheia,para depositar no mar alto todo o lixo dos campos!Habitualmente as produções que se seguem são abundantes,para compensar o pesadêlo vivido!É esta a esperança das pessoas já molhadas até aos ossos,é essa a nossa esperança!

O NINHO ATRÁS DA ORELHA!

                    Mais uma atitude que não sei como classificar,a ser verdadeira a notícia de que várias personagens ligadas e filiadas nos partidos da maioria governamental,foram nomeados pelos investidores privados e sem qualquer conhecimento ou interferência do governo,claro,para cargos de administradores não executivos da E.D.P.!Isto quer dizer que para assistirem a meia dúzia de reuniões e darem alguns palpites pouco humildes e na margem da demência arteriosclerótica,como o que o brilhante,bem falante e iluminado Catroga hoje deu ao intitular-se o Ronaldo da economia,estes senhores vão ter vencimentos exorbitantes e imorais,num País em que a grande maioria que está á margem das elites sociais ,políticas e logísticas,é estúpida e desenfreadamente penalizada,com toda a espécie de descontos,taxas,impostos e roubos!Os favores políticos não são de hoje e infelizmente continuam a pagar-se á custa dos sacrificios dos ingénuos votantes, que vão acreditando que os senhores bem falantes que lhes prometem acabar com a injustiça e desigualdade social,são sinceros e a primeira atitude que tomam, quando chegarem ao poder, é cumprir as promessas eleitorais!Será que o dinheiro agora desviado para pagar os altos serviços que esses senhores seguramente vão prestar á comunidade,não daria para baixar substancialmente as nossas despesas com a E.D.P.?E os subsídios de férias e Natal que nos são usurpados,serão suficientes para cobrir despesas com não executivos?Aqui há pardal,mas cuidado com os ninhos que todos os dias nos tentam fazer atrás da orelha!É que os ovos neste País estão a ficar quase todos pôdres,contribuindo para a fome e o mal-estar bem presente no íntimo de todos nós!Talvez aí e então, deixem de existir cargos virtuais para pardais não executivos!

LOJAS E MERCEEIROS!

                     Não sei a que propósito me lembrei hoje,das lojas que existiam na minha aldeia,quando eu era uma criança feliz!Uma do Eugénio,outra do Coutinho,ambas tinham como função primária,fornecer o aldeão dos produtos essenciais,os miúdos dos rebuçados e colecções de cromos e finalmente eram palco no fim de semana,de grandes carraspanas,para quem não tinha mais nada que fazer ou a esperar da vida!Apesar de tudo,as coisas iam correndo de feição,os merceeiros eram pessoas consideradas e até tinham algumas atitudes louváveis em relação aos mais desprotegidos.Tudo piorou,como por magia,quando entenderam meter-se na política local,na disputa dos lugares que lhes dariam ascendente e controle,sobre as actividades económicas,industriais e políticas regionais.A essência das mercearias passou para segundo plano,o aldeão passou a ser mal abastecido,os produtos aldrabados e até o vinho era martelado,enquanto os merceeiros alternavam os poleiros|Não me perguntem porque me lembrei das lojas da minha aldeia,mas a verdade é que a partir daí,apesar de reconhecer o valor social e a importância de algumas lojas e poucos merceeiros,acho que estessó têm a perder,quando tentam controlar a política deste País,dividindo,cargos,funções e principalmente poder!Cada macaco no seu galho!

DIÁRIO DE 9/1/2012 CHEFE E AMIGO!

                          Já tardava um dia como o de hoje!Madrugada com um luar espantoso,seguido de cirurgia de alto risco,para ressecção de um tumor que comprimia a medula dorsal,de uma simpática doente!A confiança que depositou em mim,aumentou se possível,a responsabilidade e vontade que tudo corresse bem,como na realidade veio a acontecer!Lembrei-me várias vezes durante as longas horas que a intervenção demorou,do meu Chefe e Amigo,dr. Lucas dos Santos,que me transmitiu e de quem tentei beber a técnica inconfundível e a sua incrível capacidade para ultrapassar qualquer obstáculo ou dificuldade,por menos esperados ou inoportunos que fossem!É nestes momentos,em que o stress,a responsabilidade,o desgaste físico e emocional e a sensação final de bem-estar e dever cumprido,se conjugam numa sensação nada fácil de definir,que agradecemos aos deuses a sorte de termos trabalhado sob uma Chefia ímpar,que nos preparou e facultou a possibilidade de podermos ser úteis,como hoje humildemente me senti!Este é o segredo,o mistério e a essência da minha profissão!Bem haja grandeCHEFE!

A MINHA VERDADE!

                 Há um vazio,
                 Que me preenche,
                 Paradoxo físico
                 Da leveza do espírito!
                 Há um desafio
                 Que me perturba
                 E um senso crítico
                 Que me segura
                 O desejo de asneira,
                 Mostrando o caminho
                 Longe do abismo,
                 Onde mora a loucura!
                 Quero a liberdade
                 De poder escolher
                 O azimute directo,
                 Que sem areia nos olhos,
                 Nem sol na peneira,
                 Me defina o rumo
                 E devolva o projecto,
                 Da minha verdade!
                

PRISÃO DA VIDA!

                                   Estou numa cela,
                                   Da prisão da minha vida,
                                   Cada vez mais pequena,
                                   Mais baixa e mais gelada,
                                   Com grades na janela
                                   Que me deixam ver a rua,
                                   Onde há crianças a brincar
                                   E gente que mete pena!
                                   Vejo ondas no meu mar,
                                    Os lírios nos meus campos
                                    E o céu da minha Lua!
                                    O mundo está apressado,
                                    Em roda-viva infernal,
                                    Ninguém pára,nem olha,
                                    Dístraidos,ou pedantes,
                                    Todos passam ao lado,
                                    Das coisas da minha rua!
                                    Quando a noite cai
                                    E olho para dentro de mim,
                                    Percebo no meu triste fado,
                                    Que já nada é como dantes!
                                    

RUÍDOS!

                              Pior que o ruído do trovão,
                              É o silêncio  da morte,
                              Inundando montes e vales,
                              Que troa sem parar
                              No anúncio da última sorte!
                              Pior que o barulho do canhão,
                              É o silêncio que se segue
                              E simula que a guerra acabou,
                              Intercalado por ténue gemido
                              Que vem do corpo inerte
                               E com a  alma a sangrar,
                               Do inocente que foi ferido!
                               Pior que o estoiro do balão,
                               É o silêncio triste e profundo,
                               Do miúdo que dorme na rua,
                               Cheio de frio, morto de tristeza,
                               Sem ainda ter entendido,
                               Porque veio a este mundo!
                             

SELECÇÂO NACIONAL DE FUTEBOL!DIÁRIO DE 5/1/2012

                    Se é verdadeira a notícia que circula,de que o hotel da selecção de futebol,custa uma fortuna diária e é o mais caro de todos,sinto que todos nós nos vamos afundando alegremente,ao sermos coniventes,poque não reagimos a estas atitudes e manifestações de novo-riquismo, totalmente descabidas no contexto social que nos é imposto,a que nos tentam habituar diáriamente, imorais e degradantes!Seja qual fôr o estatuto da Federação Portuguesa de Futebol,não faz qualquer sentido e é profundamente  chocante e condenável,este esbanjar de euros,num País em que a fome e a miséria vão sorrindo a cada canto!Porque é que uns senhores que têm mais apetência para dar uns pontapés na bola,na maior parte dos casos na razão directa dos pontapés que dão na gramática,têm o direito ou necessidade de se alojarem em hotéis de luxo?Será que o luxo, é condição essencial para se poder ganhar um ou outro jogo?Que benefícios prácticos virão daí, para a situação do País?Será que os rios de dinheiro que lhes são pagos,lhes conferem um estatuto de personalidades superiores?Abram os olhos senhores governantes e percebam de uma vez por todas,que apesar de tudo o povo português,já não está na fase do fado,vinho tinto e futebol!Se esses senhores podem gastar á tripa forra,então que se cobre desde já uma taxa substancial sobre os lucros que o negócio do futebol lhes dá,a favor por exemplo,da saúde e cultura deste País,a quem todos os dias se retiram verbas e subsídios e ponham-se jogadores,treinadores e dirigentes federativos,a dormir,comer e treinar em hóteis dignos,mas sem luxos supérfulos ,que nos ofendem profundamente!Só por curiosidade, os actuais campeões europeus escolheram o hotel mais barato!Será que vão conseguir ganhar algum jogo?Mesmo que o não façam,já nos ganharam no campo do bom-senso e do respeito pelas carências, com que os menos aptos para o pontapé na bola,se confrontam todos os dias!