terça-feira, 16 de agosto de 2011

DESFOLHADA!




Alegre,mas sujo e cansado,
Á frente do carro de bois,
Nos olhos o pó do campo,
Nos ouvidos ,o chiar do rodado
De madeira besuntada!
Levava um monte de milho,
Que ia ser debulhado
Á noite,na velha eira,
Com luz do luar de prata
Em eterna desgarrada!
O «Milho-Rei»,dava beijo
E talvez mudasse a sina,
Como rezavam as cantigas,
Tocadas na concertina!
Quase louco de desejo,
Cantou a noite inteira,
Cruzou olhares e sorriso
E dançou na desfolhada!
Só a espiga não apareceu,
Para mal da brincadeira!
O beijo,ninguém lho deu.
Chorou o tempo perdido
E a festa ficou adiada!

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