sexta-feira, 20 de maio de 2011

TRABALHO E DÔR

Chegou sujo,lento e cansado,
Sentou-se na mesa do canto.
Num gesto programado,
Tirou o chapéu da cabeça,
E pediu um copo de três,
Que bebeu de um só trago,
Tentando apagar de vez
A revolta,que é mais dôr,
De um trabalho quase escravo,
Que marcou rugas na alma
Do velho trabalhador!
Nem o fado que se ouvia,
Numa telefonia sem fios,
De prazo ultrapassado,
Fez renascer o amor
Que morreu com a Maria,
No dia em que o rouxinol
Deixou de cantar nos rios!
Desiludido,triste e esgotado,
Adormeceu profundamente,
Mas nem assim esqueceu a dôr...

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