quinta-feira, 1 de março de 2012

UM ABRAÇO AO ANTÒNIO !



                      Acabei de ler a tua crónica na Visão,António!Fomos colegas na Faculdade,onde o teu ar meio despassarado,não sugeria de modo algum, a brilhante carreira literária que todos te reconhecem!É natural que não te lembres de mim.Tinha vindo de Coimbra,para acabar o curso em Lisboa e naturalmente aterrei aqui como emigrante em País alheio,de certa maneira alheado de tudo e de todos!Acompanhei a tua carreira,embora deva confessar que nem sempre consegui acompanhar o estilo literário dos teus livros.Em contra-partida não perdi uma das tuas brilhantes crónicas,também elas escritas num estilo muito pessoal,mas onde,na minha modesta opinião te humanizavas,revelavas alguns sentimentos mais intimos e uma relação familiar que seguramente te marcou para sempre!Nesta última crónica,extraordináriamente bem escrita e de acesso fácil,atinges o climax na facilidade de comunicares a terceiros o que te vai na alma,a angústia que sentes,o tempo que te vai fugindo e como te achas injustiçado!Deduzo a causa da tua impaciência,que penso ser apenas consequente ao facto de seres médico e como tal poderes ter um raciocinio clínico com um conhecimento de causa,que em nada contribui para a tua tranquilidade de espírito!Entendo-te melhor que ninguém e como tal quero garantir-te que não estás tão só como possas pensar,que o teu telefone não toca porque esse sim está doente e que estás redondamente enganado, quando eventualmente pressentes que a morte vai ter uma relação íntima contigo a curto prazo!Um dia todos havemos de morrer, de preferência num dia de luz clara,mas antes chegará a hora de marcar uma posição e termos uma palavra a dizer sobre a oportunidade de morrer!Haja critério e justiça!Nesse aspecto ,como em quase todos,estou em nítida desvantagem,porque tu e a tua obra estão em simbiose perfeita,indestrutível e imortal!Quanto ás nuvens, há muito que as reservei!Gostava de te poder transmitir isto em directo,mas nunca tive o teu número de telefone,,,

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