quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A NAU CATRINETA !






                            O Senhor Primeiro-Ministro,resolveu hoje e com o ar intelectual e os tiques oratórios que se lhe reconhecem,citar no seu discurso de circunstancia,nada mais nada menos,que Luìs de Camões!
                            À falta de melhor,recorreu à poesia aquática e falou de uma corrente, contrária ao vento que deveria empurrar a nau catrineta para a frente,impedindo o seu avanço!Como solução salvadora,era fundamental içar todas as velas e vencer as forças retrógadas,seguramente tão detestáveis quanto as forças do mal!Tudo dito com ar convencido e com a tranquilidade de quem nada nos deve, para além do exercicio de inventar impostos,retirar subsidios,destruir as classes mais desfavorecidas,proteger a honesta corrupção,pagar as dividas dos vigaristas com os nossos impostos e por aí fora!A metáfora tinha obrigação de cair bem ao bom povo português,desde sempre e por força das circunstancias, virado para o mar, respeitador e admirador de Luìs de Camões,bem como de uns tempos a esta data habituado a andar encharcado até aos ossos,não porque tenha chovido,mas pela água gelada que todos os dias o Dr. Passos Coelho se encarrega de verter nas nossas costas!Esqueceu-se no entanto o orador,de se referir ás tempestades que iam dando cabo do Camões e que se adivinham no horizonte!A saturação e a exaustão social é de tal ordem,que não há anticiclone que resista,os ventos soprarão fortes,as lágrimas inundarão tudo e todos e não haverá velas nem nau que resista ás ondas de indignação!Talvez então e de uma vez por todas,o Senhor Primeiro-Ministro entenda que quem semeia ventos só pode vir a colher tempestades, perfeitamente dispensáveis num País que há muito bateu no fundo!Atente-se nas previsões meteriológicas fiáveis,definam-se rumos eficazes e que nos levem rápidamente a um porto de abrigo,evitem-se rotas de tormentas e abatam-se os piratas que não se cansam de nos espoliar!Talvez assim, apesar do naufrágio anunciado,possamos salvar a Pátria, como Camões salvou os Lusíadas!

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