sexta-feira, 14 de outubro de 2011

A VOZ DO BURRO!

Há dias,
Quando descia
A rua do Alecrim,
Perguntei ao burro
Que passava por mim,
Porque não parava de zurrar!
Olhou-me de lado,
De ventas a tremer,
Dentes sujos, amarelados,
De orelhas levantadas,
Dando coices e pinotes,
Até que resolveu parar
E me disse em voz rouca:
«És mais burro do que eu
Se não conseguires perceber,
Que no dia em que me calar,
Ninguém se lembra de mim»!
Disse adeus e foi embora,
Retomando a sinfonia,
A zurrar em dó maior!
Fiquei mais de uma hora,
Especado,no meio da rua,
Á espera que alguém me desse,
O desejado bom dia!
Ainda hoje estaria á espera,
O que não é de admirar,
Já que o burro tinha razão
E eu não aprendi a zurrar!

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